Educação Financeira para Crianças em Datas Comemorativas

Quando falamos de educação financeira, a tendência é que ela seja associada ao momento em que, já adultos, recebemos nosso primeiro salário. Pelo menos é a partir daí que a maioria de nós começou a se preocupar com o assunto.

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Artigo escrito por Priscila Rossi, psicóloga e criadora do @educacao.financeira.infantil no Instagram.

Vem crescendo a preocupação com a saúde financeira de uma maneira geral, o que tem despertado nos pais o interesse em abordar o tema com as crianças. Entretanto, como é uma prática relativamente nova, a primeira dúvida é: quando devemos começar a educação financeira dos nossos filhos?

A resposta é bem abrangente, pois podemos considerar que um bebê a partir dos 4 meses, por exemplo, quando espera alguns minutos para poder mamar já está criando alicerces para uma maturidade financeira quando for adulto. Sim, porque a espera ajuda a criança aprender a controlar a sua ansiedade, por exemplo. E, sabemos que a ansiedade e a necessidade de ter seus desejos atendimentos prontamente é, na sua grande maioria, a armadilha para tomarmos decisões financeiras de maneira errada.

De qualquer forma, vamos falar aqui sobre a idade em que a criança já aprendeu o que é o dinheiro e pra que ele serve. Por volta dos 6 anos nossos filhos já começam a ter contato com cálculos básicos e podem ser ensinados sobre como ganhamos, gastamos, poupamos e doamos nosso dinheiro. Vale lembrar aqui que a educação financeira é um processo, que deve fazer parte do dia a dia da criança. Não é uma aula que fazemos com começo, meio e fim para ensiná-los.

A partir desse momento podemos introduzir a mesada para nossos filhos, mas esse é um tema que podemos abordar em um outro momento.
Como disse, a educação financeira infantil é um processo, e devemos aproveitar situações da nossa rotina para ensinarmos nossos filhos, como por exemplo: ida ao mercado, a preparação de um prato onde temos medidas, limpeza da casa e, até a compra de presentes.

E aqui vou dar algumas dicas para que você possa fazer da compra do presente de natal uma oportunidade de educar financeiramente seu filho:

Combine com seu filho (e explique os motivos) que ele só será presenteado em datas comemorativas. Assim a criança começará a dar valor pela espera e pelo esforço que investimos para comprar o presente dos sonhos;
Defina com seu filho uma lista de 3 opções de presentes para o Natal. Defina também uma data limite para que ele escolha dessa lista o presente que ele mais gosta e deseja ganhar. Faça desse momento uma experiência lúdica, ajude seu filho a pontuar prós e contras de cada presente, sente com ele e conversem sobre o tema. É importante que quando você esteja fazendo isso tente direcionar a escolha para presentes que estejam dentro do seu orçamento, sem que você precise se endividar para atender o desejo do seu filho. De qualquer forma, é importante que você seja um orientador desse processo e seu filho o líder. Deixe ele tomar as decisões. São essas pequenas situações que irão prepará-lo para administrar a vida financeira quando adulto;
Se possível, pesquise com seu filho os preços dos brinquedos e suas particularidades, mesmo que isso seja feito on line. Assim ele estará aprendendo a pesquisar e se informar antes de tomar uma decisão. Feito isso, ele pode escolher o presente favorito;
No dia da entrega do presente, crie uma magia e faça disso um momento especial para seu filho. Se ele acreditar em Papai Noel, use isso a seu favor e entre no clima. A ideia de que o bom velhinho atendeu o pedido do seu filho vai fazer com que ele se sinta especial e vai ajudar muito na construção da sua auto-estima.

Espero que essas dicas possam te ajudar a começar a preparar seu filho para ter uma vida financeira saudável quando ele for adulto.